O Adeus a Zé Celso
Por Roberto Marti
José Celso Martinez Corrêa, diretor icônico que revolucionou a arte brasileira com o Teatro Oficina, morre aos 86 anos em São Paulo, depois de um incêndio em seu apartamento no bairro do Paraíso, em São Paulo.
O teatro Oficina, assim como o Teatro de Arena, de Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri, teve – e continua tendo – importância fundamental na luta contra a ditadura, o preconceito e na defesa dos direitos humanos com suas encenações iconoclastas, marcada pela provocação e crítica ao autoritarismo.
Zé Celso, um dos maiores encenadores do mundo, revolucionou o teatro brasileiro.
Ao longo de seis décadas, o ator, diretor, dramaturgo e militante das artes e da política dirigiu espetáculos de grandes autores, como Samuel Beckett, Eurípides, William Shakespeare e Oswald de Andrade, protagonizados por grandes nomes do teatro brasileiro.
Da descida aos infernos da ditadura militar, virou um profeta da arte, em contato com o sagrado ao qual ele se integra agora definitivamente. Depois de arder nas chamas de todas as paixões,
Zé Celso, grande criador, agitador cultural e mago do teatro, partiu e vamos dia a dia ficando mais pobres, mais cinzentos.
Gratidão ao Zé, símbolo maior de luta, resistência, amor e arte.
Evoé, Zé Celso!