INDIGNADOS, RESIGNADOS OU INDIGNOS
Roberto Marti – RedeD
A esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem.
A indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão; a coragem, a mudá-las.
Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, e a coragem e a generosidade para lutar por um mundo mais justo, então somos companheiros.
Não importa sua raça, seu gênero, orientação, credo, idade, partido político, somos companheiros.
Quer você esteja, em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, ou em qualquer rincão de nosso país. Em Gaza, na Cisjordânia, em Israel, no Haiti, somos companheiros.
Companheiros na mesma indignação, a lágrima é a mesma, o estupor se escancara quando assistimos a constante violação dos direitos humanos, as ameaças constantes à democracia, a morte cruel de homens, mulheres e crianças.
Companheiros na mesma dor, profunda, ao constatar que a guerra, por vezes adormecida, ressurge em vários cantos do mundo, com perspectivas de se tornar ainda mais abrangente.
Companheiros em nossa indignação pela paz relegada, ainda que almejada e dela não desistida.
Uma certeza há que impulsionar as almas generosas que não abdicaram do amor ao outro: é melhor viver uma vida marcada por lutas, revoltas e indignação do que viver uma vida insuficiente, focada no próprio umbigo, inclinada para a escravidão do sistema político e religioso. Com todos os riscos inerentes à sua escolha como alternativa a uma existência embalada pelo comodismo barato, pela passividade covarde.
É necessário se espantar, se indignar e se contagiar, só assim é possível mudar a realidade
Quando um ser humano tem seus direitos pisoteados, aqui, no Haiti, na Faixa de Gaza ou no Complexo da Maré, nasce a indignação; ela traz a raiva, e a raiva traz a batalha.
Desabotoa essa raiva, rasga essa angústia, berra tua indignação. Mas preserve seu coração deste veneno. Não intoxique sua capacidade de sorrir, de amar. Aja!
Cada um tem suas dores. Sua marca, sua raiva, sua revolta, sua indignação, sua frustração, seu pecado. Enfim, sua história…
Busque em sua história o impulso para que sua existência faça a diferença, para buscar a coragem na indignação, no amor, na dor, na solidariedade.
Resgate-se. Não permita que a indignação construtiva se transforme com o tempo apenas em tristeza infrutífera em seu coração.
Indignações virtuais não resolvem injustiças reais… mudar o estado de coisas requer ações concretas, caso contrário é uma indignação estéril!
A indignação há de ser a ignição para a ação!
Quando Hanna Arendt fala na banalização do mal na sociedade considera que a maldade não se dá por causa da natureza de caráter ou de personalidade do indivíduo, mas sim pela sua incapacidade de conhecer com alguma profundidade as situações, os fatos, as estruturas, o contexto para poder julgar adequadamente.
A falta de reflexão crítica sobre determinados assuntos gera a falta de compromisso ético em grandes proporções. É na banalização do que é antiético que deixamos o juízo de lado e seguimos a massa. O passo seguinte é o embarque no maniqueísmo, na equivocada divisão do mundo em mocinhos e bandidos, Vide o conflito Israel x Palestina.
Vivemos em uma época de grandes movimentos que estimulam o ódio contra grupos religiosos e étnicos. Esses grupos agem em nome de uma nação, ameaçando as instituições democráticas.
Nessa época de grande volume de informações, especialmente pelas redes sociais , onde não faltam as Fake News, há uma dificuldade de compreensão de cada indivíduo sobre o que é correto ou não.
Há muita luta a lutar e dentro deste contexto avulta a importância de conseguirmos, juntos, a consolidação da Rede Democracia e Direitos Humanos, com suas premissas básicas:
1|) educação para a democracia
2) articulação de uma agenda comum com as várias organizações que lutam por uma democracia inclusiva
Contribua com seus saberes e sonhos, suas indagações, sua indignação e sua capacidade de amar para uma sociedade mais justa.
Miriam Tavares
21/10/23 @ 08:59
Temos que agir. Não podemos ficar parados diante dos acontecimentos atuais! Precisamos expressar indignação e a inaceitabilidade diante do genocídio atual. Queremos Paz, humanidade e democracia!